quinta-feira, dezembro 06, 2007

Curtas do blog - Quanta mudança

E quem disse que mudar é ruim? A verdade é que depois que me mudei, quase não parei em Barreiras. Para quê parar, não é? Ainda estou me adaptando. Se bem que este mês de dezembro será um mês estranho. É aquele clima de natal, misturado com fim do ano, e no final das contas, todo o mundo enrola e joga tudo para o próximo ano. Vou fazer isto também. Vou deixar para me acostumar em 2008.

Apesar de ter crescido em Barreiras, e vivido aqui por longos 17 anos, a verdade é que não conheço mais nada. Tirando os buracos e o calor que aumentaram. Não reconheço mais ninguém na rua. Não sei onde fica mais nada. E também não tenho vontade de fazer nada. Só tô a fim mesmo de trabalhar. eeheeeeheheheheh. Quem vê pensa. Mas é verdade galera.

Ao sair de Barreiras, fui para Goiânia para ir direto em São Paulo. Com a minha mochila vermelha nas costas, sai de Congonhas e fui para a referência: "Como faço para ir para a paulista?" De lá, fui de metrô ate o hostell, na São João.

- Eu gostaria de um quarto?
- Tá R$ 68, senhor.
- Isto tudo? Pensei que fosse mais barato (respondendo à atendente, pensando em uma alternativa viável).
- o sr. tem carteirinha de alberguista?
- Não tenho.
- Tem os quartos coletivos, sr.
- Quanto está? R$ 36.
- Como é que é?
- Normal. são quatro camas. Só que entra e sai os hospedes que vão acompanhar no quarto (não perguntei se teria perigo. Achei que ela fosse me achar muito do interior)
- Me dá este então ( e pensando "Seja o que Deus quiser)

Depois no msn com o Eduardo Sartorato
- Mas você não perde a sua privacidade?
- Pois é Eduardo. Nesta hora eu percebi que com privacidade é mais caro.

No final precisei usar o meu inglês para conversar com os colegas de quarto, Tom (inglês de Lonfres) e Graham (Irlanda). Uma comédia o meu inglês. Eu não entenderia. mas eles fizeram um esforço. Foram bastante compreensivos. Eu também. Saímos no sábado. Fomos com o Fellipe e com a Lorena em uma danceteria na Vila Madalena. Perfeito!!

No domingo pela manhã, fui de cara fechada para o café da manhã. Tava com uma dor de estomago e uma ressaca. Não comi pão. Fiquei na gelatina, goiabada, e leite com toddy. Aproveitei a minha cara fechada para não falar com seu ninguém. Também perdi o show da Diana Krall e o meu voo. Isto é uma outra história. Não aguentava mais falar inglês. No máximo um hello.. good morning. Segundos depois precisei me despedir em inglês. Ótima experiência.

Planos para restante de 2007:
- entrar na academia;
- tirar carteira de motorista;
- voltar à minha leitura de livros;
- assistir muito DVD;
- passar o natal e o ano-novo com a família;

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Sou o que sou

Isto é muito comum. Em algum momento, de repente, vem aquela pergunta. Passam dois segundos, não aparece nenhuma resposta; nem clara, muito menos concisa. Lembro bem, enquanto tirava a roupa da máquina, na apertada área de serviço, apareceu novamente o questionamento. Quais as atitudes e comportamentos que a gente precisa ter, dependendo do local e das pessoas.

Pode ser que isto possa ser comparado a uma espécie de etiqueta ou moral. Ou outra coisa que valha. Certos arquétipos, ou modelos, que devem ser seguidos. Tudo como as pessoas acreditam que devem fazer para se sentirem aceitas, seja no trabalho, em uma festa, no shopping, pelos amigos, colegas de trabalho e, até mesmo, desconhecidos.

Por exemplo, gostaria de ser considerado competente. Só que não basta ser. Muitas vezes é preciso parecer. Talvez se eu fosse com uma calça de brim, cinto preto, combinando com o sapato, camisa social, e com os cabelos bem cortados. E claro, não fazer piadinhas no trabalho, conversar o mínimo possível, e ter postura sempre ereta. Quando alguém fizer uma piada, rir apenas no canto da boca, consentindo a brincadeira, mas que de pronto informa. “Esta não é a hora correta”.

Ao mesmo tempo, em uma mesa de bar, fazer as pessoas sentirem próximas, e bem por estarem perto. As roupas podem ser aquela calça jeans rasgada no joelho, camiseta velha, tênis e aqueles cabelos, que de longe, parecem fugir dos cabeleireiros. Não importa. Ali, as atenções estão voltadas para que as pessoas se sintam bem. Muitos sorrisos, as cabeças se mexem, as brincadeiras parecem, à cada momento, mostrar atenção por estarem ali.

Impossível ser dois ao mesmo tempo. Acho que já fiz a minha escolha, anteriormente, ao persistir em não usar óculos, gostar de música baiana, fazer brincadeiras indiscretas, ou tentar sorrir nos mais variados momentos. Em qual momento fiz esta escolha? Não sei. Talvez eu ainda mude, aprenda outras coisas, mas prefiro continuar a andar sem saber estes pormenores na psiquê nada fácil de ser entendida. Paciência então. Continuo a estender as roupas. E quer saber? Depois eu penso nisto. Prefiro olhar a sacada os prédios, e a luz deste sábado de manhã.

Redescobri

Cobri minha vida de surpresa
Cobri quem está ao meu lado de companheirismo
Cobri a alma de insatisfação e angústia
Cobri as tristezas com o esquecimento
Cobri tudo que não queria ver

Descobri, ou melhor, redescobri neste último mês que é bom mudar
Descobri que às vezes é importante deixar tudo de lado para priorizar a vida
Descobri que devemos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance. Se o destino não ajuda, não há o que fazer, senão aceitar
Descobri que sou mais do que dizem
Descobri que sou melhor do que penso ser

(Re) descobri que saudade dói muito
(Re) descobri o quanto é bom estar em casa
(Re) descobri o quanto é bom se preocuparem com você
(Re) descobri o quanto faz bem se sentir amado
(Re) descobri o quanto faz bem amar