domingo, janeiro 13, 2008

Primeiras mudanças

Depois de muitos pedidos, veio escrever neste humilde blog. Primeiro queria agradecer à Erika e ao Eduardo os pontos de audiência. Muito obrigado. Este é praticamente o primeiro post de 2008. Todos já sabem os planos. Só que eu preciso concretizá-los. Já entrei na academia. Hoje foi o primeiro dia. Depois de um fim de semana fatigado, com dores por todo corpo, inclusive uma dor de estomago, pareço me acostumar a pegar peso.

Agora não tem mais como fugir, preciso me acostumar a Barreiras. É fato. O bom sinal é que reclamo menos do calor. Geralmente para puxar papo com os estranhos. Outro bom sinal. Já ando praguejando a política local. Tudo porque se aproximando das eleições, as únicas possibilidades são o atual prefeito, Saulo Pedrosa, e o antigo, Antônio Henrique, que nos últimos oito anos, saquearam a cidade. Apesar do visível crescimento econômico dos últimos anos, com a expansão das faculdades, e da estrutura do comércio, a infra-estrutura da cidade anda uma porcaria por causa destes prefeitos que nada fizeram. Já disse ao meu pai (só para chateá-lo) que vou continuar a votar em Goiânia.

Continuando, ainda não me adaptei à cidade. Já percebi que preciso fazer isto urgente, senão vou morrer de tédio. Não tem shopping, cinema, e principalmente os amigos para me tirarem de casa. Pensei que seria mais fácil. O que não tem remédio, remediado está. Então resta encontrar pessoas tão legais quanto, mas aqui em Barreiras. No mais, já comecei a minha academia, e quero andar à noite na avenida com a minha mãe. Pena que vou perder boa parte da novela das oito "Duas Caras". A finalidade é perder a pequena barriga, e diminuir um pouco a magreza (contraditório, mas é isso mesmo).

Quero ver se também consigo juntar uma grana, já que moro com os pais, e as tentações de cidade grande não existem. Talvez daqui dois anos me mudar para a África do Sul, ou então para a Venezuela. Além da academia a distração são os episódios de uma série de tv norte-americana, OC – um estranho no Paraíso. Estou no fim da primeira temporada, e pretendo assistir o restante. Na lista futura ainda estão a 1ª temporada de Lost, House e Herous. Estou na fase das séries de tv. Os DVD´s cinematográficos já passaram. Os livros também, depois que terminei com algum sacrifício Memorial de Aires do Machado de Assis.

Percebi depois do ano novo que o melhor é seguir em frente. Nada vai voltar como antigamente. E que agora, por escolha minha, a minha vida é por enquanto aqui, ao lado da minha família. Nada vai mudar isto. E quanto mais cedo perceber isto, melhor. Posso não estar inteiramente feliz. Sinto saudades dos amigos, dos ares de Goiânia, dos eventos, da independência. Nada que o tempo não cure... como já curou perdas mais difíceis.

sexta-feira, janeiro 04, 2008

A espera pelo outro dia

Sem nenhuma razão específica, há momentos em que a solidão brota. Parece espreitar a alma, como as sombras que percorrem os vãos das casas, das florestas, dos postes na rua. Num mínimo momento de desatenção, lá vem ela, rápida, sorrateira, a lembrar que tudo aquilo que passou era ilusão. A avisar que a partir daquele instante, apenas a realidade nua e crua fará parte da sua rotina. A mostrar que a vida segue o seu rumo, e mesmo que a vontade de mudar seja grande, a força da solidão pretende tornar a vida imutável, como um motor perpétuo, sem previsão de acabar.

Deitado na cama, jogado como uma toalha, como daqueles boxeadores que perdem a batalha, penso vagamente em tudo o que passou. Desisto. Abro os olhos. Tento mexer a cabeça. Não consigo. Lá se vai mais meia hora a perdida a pensar no que se foi, ou mesmo no desconhecido. Pergunto, pra quê?

Não entendo nada da vida, e Deus me livre entender. Tudo tão complexo e amarrado. Quanto mais se tenta, mais se perde, entre as constatações de filosofias superadas a cada minuto. Ao invés da cama, a saída parece estar no sofá. A televisão, no automático, se movimenta a jogar uma parafernália de imagens, enquanto o som boceja palavras sem nexo. Queria estar longe, mas aqui estou eu, sem coragem para fugir. Do que adiantaria, se o problema maior está aqui, entrecortado entre a minha razão e o meu coração.

Pôr do sol - No final da tarde, a luz estranhamente entra com uma intensidade, a tentar responder as angústias. Já era tempo. Os raios descem devagar. As nuvens ajudam a esconder a tornar o céu alaranjado, mesclado com o azul do infinito. A busca de alguma resposta, para a insensatez de viver, ou da burrice de tentar entender a vida. E mais um dia se passa, sem que a resposta venha. Resta apenas tentar enxergar. Da sacada do prédio de três andares, fico a deslumbrar o espetáculo, até arder os olhos, como a perguntar. “Como pode este espetáculo acontecer?”.

Provisão divina. Força da natureza. Invenção humana. Loucura etérea. Os significados para aquele momento interferem diretamente na alma, a esconder a luz, a alarmar o início do recolhimento, e da solitude. Uma angústia ressoa no ar, ao balançar das folhas das árvores, dos fios elétricos e telefônicos, e principalmente, no assobiar desesperado das aves, que ao perceberem o cruel destino, se juntam e fogem, do inevitável. Debruçado desta vez sobre o parapeito da varanda, a observar os efeitos melancólicos do pôr do sol, resta apenas abaixar a cabeça. Sem asas para voar, fios para contorcer, e galhas enormes, para mostrar resignação. Somente resta, sem saída, esperar o outro dia.