domingo, novembro 08, 2009

Desabafo compartilhado

Preferia falar de viagens, mas enquanto não chegam, podemos falar das incursões humanas, dentre elas a certeza de querer tudo controlado. Talvez não exista resposta para tudo. As pessoas, geralmente, as querem para explicar as suas insatisfações, alegrias, desejos, anseios, e paixões. Sei que pode ser frustante ter uma resposta do tipo "Não sei porque agi assim", até porque também não gostamos de ouvir.

Pode ser, então um certo descontrole, ou tentar prever o impoderável. Mas vamos admitir, em alguns casos, algumas reações podem não ter nenhum tipo de explicação cartesiana, freudiana,shakesperiana,drumoniana ou seja lá quem for. Existem coisas que devem ser apenas sentidas, estarem no campo da emoção humana. Por que gostar de azul, ao invés de amarelo? A noite ao inves do dia. Entao só não quero preciisar me explicar a toda hora, porque a vida já é por si mesma complicada demais.

domingo, novembro 01, 2009

Perdi as chaves. E agora?

Sábado, 31 de novembro de 2009

Fui correndo atrás de um sorvete de abacaxi, um dos vícios gastrônicos, depois de comprar o ingresso para o show da humorista cearense Rossicléia. Ela aparecia muito na tv. Quando foi à noite, para sair para o show? Cadê as chaves? No molho estavam as de casa e do carro. Liguei para um amigo. "Perdi as chaves, e não tenho as cópias. Tem como me dar uma carona".

Em 20 segundos, um outro flash na cabeça.
- A carteira ficou no carro. Droga!
- Tudo bem.
- Mas os ingressos estão dentro dela.
- Ainda bem que tirei o celular.

Não foi claro nesta tranquilidade. Faltavam 20 minutos para o show, e já tinha mobilizado a casa inteira. Até o cachorro, se pudesse, estaria à procura das benditas chaves. Solução caseira: meu irmão ganhou uns ingressos, e me passou, e fui de carona. Me emprestaram R$ 30. Tudo para não perder a noite.

Chego em casa: o carro não está na porta. Pensei que tivessem roubado. Não, está na garagem.

- Pai acharam a chave?
- Chamei o chaveiro...
- Abre a porta aqui...

Procurei, reli minha mente muitas vezes. As chaves deveriam está exatamente em casa. E sonhei, que eu tirei o molho da calça. Meu pai também sonhou a noite com elas, e que estariam em casa. Ele quase não dormiu à noite, preocupado, e levou a minha mãe junto na insônia.

Domingo, 01 de novembro de 2009

Num dia chuvoso, acordo preocupado, e procurando novamente as chaves. Decido terminar de ver um filme, "Dúvida", e já emendo em outro "O casamento de Rachel". Parece tudo confluir para um início de domingo meio trágico. Começo a pensar que a minha tão propalada sorte esteja acabando. Sim. Sou e me considero um cara sortudo. Isto é tema para um outro post. Mas comecei a pensar que uma pequena maré de azar pudesse se aproximar. E que este seria um ponto nevrálgico para procurar outra "sorte".

Diante da crise existencial que se instaura, meu irmão simplesmente fala das chaves, fuça a minha bolsa do notebook, e simplesmente.
- Aqui as chaves
- Como assim? Procurei várias vezes nesta bolsa.
- Estavam escondidas aqui.
- Não acredito. Até a minha mãe procurou aí também.

Abracei todo o mundo, liguei para quem eu tinha mobilizado, e a paz retornou ao lar. Quer dizer, em parte. Um sinal que preciso me movimentar.

Moral da história

As chaves não eram para ser encontradas no sábado , e sim do domingo, e eu precisava passar pela crise existencial de domingo de manhã. Porque fujo dela insistentemente. A perda das chaves serviram para colocar alguns pratos na mesa. Mas esta é uma outra história.