terça-feira, novembro 06, 2007

O início da continuação

A imagem, aos poucos, começa a congelar no tempo e no espaço. Lembrar daqueles tempos não me faz nada feliz. Sei disto. Preferi esquecê-los ou deixar guardados. Bem longe, em uma espécie de gaveta de esquecimento da memória. Pensando melhor. Aqueles tempos deixaram-me mais forte.

Não seria mais uma pequena colisão que me derrubaria. Deveria ser uma trombada. Aprendi em todo este tempo a não perder tempo, principalmente com aqueles que nada podem oferecer. Talvez este o motivo da reclusão. Ao mesmo tempo uma desculpa para sempre que possível estar rodeado dos amigos.

Como encarar tudo novamente então? Aqueles tempos se foram. Não existem mais. Aquilo ficou na memória. Na época, nem me preocupei em olhar tudo pela última vez. Só fui embora. Sem olhar para trás, e de uma forma sádica, com um sorriso no rosto. Não havia necessidade de lembrar de nada. O tempo e o espaço, e principalmente, eu, foram se transformando. Aqui estou eu, novamente, pronto encarar aquilo tudo novamente. Talvez o maior de todos os desafios.

Nesta nova mudança, tento olhar tudo pela última vez. O agito das ruas, o sabor de um fast-food, os olhares amigos, a expressão indiferente, gostaria de prender tudo ao mesmo tempo na memória. Algo me diz isto ser desnecessário, tanto que o espírito parece querer desobedecer a mente. Mesmo com o desejo, nada fica gravado como se fosse a última vez.

O que significa voltar? Não acredito que seja uma volta. Infelizmente ainda não estou preparado para encarar assim. Será uma continuação da minha vida. O início de uma continuação. Se assim posso dizer. Sem as responsabilidades de encarar o passado. Quero viver da forma como eu sempre vivi. Nem intensamente, nem apaticamente. Só de um jeito diferente. Apenas do meu jeito.

Um comentário:

Anônimo disse...

Hebert, a gente nunca vê nada com o mesmo olhar. E não adianta querer refazer nada. O refazer é fazer de novo, fazer diferente... Outra coisa. E que bom isso! Uma coisa que aprendi na minha vida de mudanças repentinas, é me apaixonar e desapaixonar todo dia. Mas tem uma hora a gente sorri e pensa: "Nossa, será que isso é felicidade?!, de verdade?". A hora chega, vai saber.
Beijos. Boa sorte pra você. Conte comigo, seja lá onde eu estiver (risos). E seja lá onde vc estiver também.
Luci