segunda-feira, junho 11, 2012

Na solidão de uma viagem!

Viajar é se perder em um horizonte interior. Querer se encontrar com os outros, mas ao mesmo não querer encontrar-se consigo mesmo. Ao final da primeira parte da minha trip de férias (sim, esta é a parte solitária!), percebi que quero mesmo é esquecer do que eu já fiz e do que deixei de fazer e como estas decisões implicaram (para o bem ou para o mal!) a vida das outras pessoas.

Quero desconfigurar o tempo, torná-lo mais rápido ou mais devagar, de acordo com a naturalidade das situações. É sentar numa praça para ler um livro, fazer um pequeno livro durante 45 de pensamentos soltos e desconexos, é ler em voz alta para eternizar o momento para todo e sempre. É responder ao ritmo das pessoas, é se fechar ou se abrir, sem nenhum tipo de expectativa, é obviamente, apenas refletir o momento.

É estar sozinho andando por um lugar antes desconhecido, e sorrir por saber que nos pensamentos as melhores pessoas do mundo estão lá. Viajar, principalmente sozinho, é não ter direção, se fixar no mapa, mas ser tomado de uma súbita consciência de que o certo é a direita, e não a esquerda (ou vice e versa), e que o caminho de amanhã será melhor que o hoje. É cantar alto para que as pessoas escutem e não entendam exatamente nada.

Viajar é confiar que tudo vai dar certo, e que daqui a poucos dias, vou acordar na mesma cama de sempre, darei o mesmo bom dia aos meus pais, brincar rápido com o cachorro, porque preciso escovar os dentes para ir ao trabalho. E principalmente, é querer sempre está ao lado de quem se constrói o caminho, torto e muitas vezes triste, mas verdadeiro. E de ter a absoluta certeza de que vida boa é a vida compartilhada, até mesmo na solidão de uma viagem!

Trilha: Buenos Aires - Mendoza - Santiago

Um comentário:

Adebora disse...

Adorei o blog! Adicionei nos favoritos para lembrar de dar sempre uma olhadinha.

Bjo!