Como naquela frase que todos uma vez
na vida já repetiram. “Nascer, crescer, amadurecer ,reproduzir,
envelhecer e morrer”. Envelhecer deveria ser algo natural... mas
não! Começamos a nos desesperar com os primeiros fios de cabelo
branco, com as rugas, e enfim com a bendita frase. “Tio, o sr. pode
passar esse cardápio”. Apesar de achar que não, sim, as pessoas envelhecem, para o bem ou para o mal.
Embora se preparem objetivamente para
esta questão, ao aplicar parte da renda na aposentaria, as pessoas
precisam se acostumar simbolicamente com o futuro na velhice. Assim
como uma doença ou uma praga que leva as pessoas a se afastarem, ou
numa mera substituição de máquina, a atual sociedade rejeita
abruptamente o velho, e abraça envaidecido o novo. São notícias o
novo livro, o novo celular, o novo carro, que nos ajuda a marcar o
tempo que hoje passa tão rápido.
E o velho?! Boa pergunta! Ninguém
(eu digo ninguém!) está preparado a estar velho ou lidar com
velhos! Enquanto isto, vamos apenas repassando a mensagem ao cerébro,
repelindo a imagem do envelhecimento, e apenas refletimos quando o
fatídico número está no bolo de aniversário, ou algum novo
acidentalmente nos chama de “velho”. Sim, porque, os eufemismos
estão aí para nos fazer esquecer, e nos enchem de bela idade,
terceira idade, melhor idade, e deixamos de encarar as doenças
crônicas e degenerativas.
Tratar os anos como uma dáviva,
reconhecer falhas e acertos, e saber o lugar na sociedade e não
precisar provar nada para ninguém deveria ser algo recorrente.
Assim, o futuro poderia ser encarado de forma menos solitária, e
amparado pelo pouco que se junta para bancar remédios para aliviar
dores e as doenças degenerativas. A regra hoje é afastar os velhos
do trabalho, porque todo o conhecimento estará defasado, da
família, para abafar histórias chatas do passado, dos amigos, que
estarão presos em suas casas, ou mortos.
Tudo porque a nossa sociedade (e
ninguém!) não está preparada, ou sequer pensa, em lidar com a
velhice! Embora tenha aprendido que o estado final é a morte, e que
antes dela vem a velhice, ainda estou aprendendo e me preparando para
lidar com esta realidade. Embora seja algo que vamos precisar pensar,
vamos adiando como notícia ruim ou aquele trabalho de dificil
aceitação. Adiar a pensar na velhice é tirar a nossa
responsabilidade do futuro, deixando ao acaso o que vier.
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