sábado, novembro 10, 2012

O que Lady Gaga pode ensinar às grandes corporações?


“Estou mandando hambúrgueres, fritas e coca-cola. Amo vocês, monsters”. Esta foi a mensagem que a cantora norte-americana, Lady Gaga, encaminhou aos 200 fãs juntamente com lanches do Mcdonald´s, distribuídos na porta do hotel onde está hospedada. Em seu primeiro dia no Brasil, a cantora, que inicia a sua turnê no Brasil, a partir de 09 de novembro, no Rio de Janeiro, também estampou uma bandeira “I love Rio”, ficou seminua enrolada em uma toalha e jogou biscoitos pela janela.

Além de agradar os fãs e facilitar a vida dos paparazzi, com estes gestos aparentemente simples e autênticos, continua a personificar uma imagem bastante sólida. O que ajuda a elevar o seu potencial como estrela pop e, obviamente, vender toda uma linha de produtos. Neste sentido, Lady Gaga pode ser considerada um verdadeiro “case de sucesso” ao identificar e reforçar uma nova comunidade, arregimentando uma nova legião de fãs – intitulada little monsters [na tradução literal, mostrinhos] reforçando o poder da sua marca pessoal , impulsionando os negócios.

Quando se fala em sucesso de marketing, Lady Gaga vem dando um verdadeiro “show” nas companhias. Vamos aos números? Mais de 35 milhões de amigos no Facebook e 10 milhões de seguidores do twitter, 23 milhões de álbuns vendidos e 64 milhões de músicas comercializadas na internet. E sem falar no reconhecimento ao levar 5  Grammy e 13 MTV Music Awards, além de ser considerada “Artista do Ano 2010” pela Billboard.

No artigo “Cinco Coisas que Lady Gaga pode ensinar ao marketing sobre construir comunidades”, de Lois Marino, aponta a autenticidade na condução da comunicação com os seus públicos estratégicos, as gerações Y e Z, também chamada geração da Internet (nascidos depois da década de 78). A marca característica destes públicos é que eles odeiam desonestidade, e quando se tornam leais, viram verdadeiros defensores da marca.

E Lady Gaga demonstra esta autenticidade nas apresentações, quando enaltece os fãs, e fala que deve tudo a eles, ou quando se veste de carne em uma apresentação, e dialoga com o público frequentemente nas redes sociais. Ela consegue sem muito esforço criar uma noção de comunidade frequente em agremiações esportivas, principalmente no futebol, ocasionalmente no show bizz, e quase nunca nas grandes corporações.

Como transformar o público e clientes em comunidades que abraçam produtos ávidos por novos lançamentos, e que defendem a marca diante de qualquer ataque nas redes sociais? Marino entende que marcas, como Gaga, tem que agir pequeno, mesmo se eles são muito grande, ou seja, precisa criar uma personalização e entender as necessidades em seus públicos. Ao analisar alguns fatores do sucesso de Lady Gaga, ele cita a união de um grupo em torno de um interesse comum, compartilhamento do sentimento de vulnerabilidade, tratar o consumidor como chefe, criar uma experiência coletiva, tornar-se uma empresa melhor através da comunidade.


Ao ouvir, ver um show, ou mesmo curtir a página da Lady Gaga no facebook, o fã carrega todo o simbolismo do consumo semelhante à escolha do arroz no supermercado ou daquela roupa na loja de departamento. Esta troca de experiência e a relação dos clientes com a marca, em suas hoje infinitas possibilidades de contato, são momentos únicos que artistas como Lady Gaga compreenderam tão bem e fazem com maestria e desenvoltura. Embora trabalhem com grandes profissionais de marketing que valorizam e investem na associalização do consumidor à marca, as corporações ainda precisam aprender na prática com Lady Gaga como transformar clientes e públicos em verdadeiras comunidades.

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