domingo, dezembro 09, 2012

"Antes de Partir" reflete a vida, escolhas e encontros


Pensar sobre a morte é avaliar o tempo. De forma antagônica, morte está relacionada ä vida, escolhas e encontros. Este é o foco do filme “Antes de Partir” (2007), que reuniu os astros Morgan Freeman e Jack Nicholson, para narrar o improvável encontro entre Carter Chambers (Freeman), casado e que trabalha há 46 anos como mecânico, e Edward Cole (Nicholson), um rico empresário dono de uma grande rede de hospitais.

Esta aí a primeira grande sacada do filme, ao promover o improvável encontro de duas pessoas com vidas opostas. Eles acabam dividindo um quarto de hospital para o tratamento de câncer em estágio terminal. Chambers é negro, pobre, e precisou abandonar a universidade para sustentar a família cuja esposa foi a única mulher em toda a vida. Já Cole é branco, rico, um “bon vivant” que desfrutou o melhor que o dinheiro poderia oferecer, casado várias vezes e com um difícil relacionamento com a sua única filha.

Estas diferenças vão todas embora quando eles passam a dividir o mesmo quarto de hospital e juntos descobrem que o câncer está em estágio terminal. Ao dividir dores e sofrimentos, eles decidem fazer uma lista com coisas que gostariam de fazer antes de partir. 

O dinheiro de Cole vai proporcionar muitos desejos para Chambers, o que nos traz as partes mais engraçados do filme com o pulo de paraquedas, e as viagens os lugares que ambos gostariam de conhecer. E a sobriedade de Chambers reconduzir Cole a repensar o relacionamento com a sua família.

Ponto,obviamente, importante foi a escalação de Morgan Freeman e Jack Nicholson, que perpassam äs telas o sentimento de amizade, e como ajudaram a salvar um ao outro no momento terminal da vida.

Impossível não se identificar com os personagens, por serem aqueles que carregam as dúvidas do caminho trilhado pelas nossas próprias vidas. Seguir sempre os nossos desejos e vontades, ou nos reprimir e em muitas vezes fazer o que é certo?

O final , no entanto, nos traz uma mensagem bastante previsível. Não é dinheiro, mas sim o comprometimento e os valores demonstrados por Chambers, que leva à felicidade.

Mais do que esta mensagem final, o filme abrange uma reflexão bem maior. São os encontros e as escolhas que determinam como desfrutamos e aproveitamos a vida. E ela, sem dúvida, cobra com juros e correção, por cada uma destas escolhas.

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