terça-feira, agosto 08, 2006

Entre a Paulista e a Consolação

Uma larga avenida. Parecia infinita. De longe, os prédios se confundiam entrelaçados. De perto, eram únicos. Com uma estética diferenciada. Na selva de pedra, como formigas, as pessoas se debatem, sem nem se conhecerem. Nem os nomes, crenças, ideologias, nada, quiça as histórias mais que supreendentes dessa jornada, que é a vida. Em um domingo qualquer, na Paulista contada em verso e prosa, um desfile do novo e do velho, do que passa e do que fica.

Os olhos não conseguem diferenciar. Não sei se olho para baixo, para cima, ou para os lados. "Não pára a fila não", diz Pollyana, meio que tentando não tropeçar em mim. Continuei em frente, com uma sensação de fazer parte do mundo, ser mais um na multidão, no mosaico de diferentes culturas. O bar, praticamente em frente ao Masp, tenta quebrar o gelo da avenida. A feirinha, ao lado, quer fazer-nos sentir em casa, com tortas, salgados, roupas tão artesanais como aquelas costuradas épocas antes.

O cuidado agora é para não pisar nos pés que andam apressados à frente. Nada fácil seguir o mesmo ritmo. Tento parecer despreocupado, com um ar de quem anda ouvindo apenas uma música na cabeça. Mas impossível não olhar os diferentes estilos de cabelos, roupas, calçados, modo de andar, de interagir. Alguns extravagantes, outros chocantes, recatados, ousados ou particularmente inebriantes.

Agora sim, no fim da Paulista. Pego-me em desespero. Olho para trás subitamente. Paro para observar a extensão da avenida, da grandiosidade das suas estruturas. Outdoors de publicidade, letreiros, avisos, nomes de prédio. Queria que tudo estivesse em minha memória. Relaxo. Passo a andar novamente. Na minha frente, parcialmente esquecidos, Eduardo, Francila e Pollyana andam rápidos para atravessar o sinal. Corro atrás deles, antes do verde farol fechar-se para mim. Uma última olhada. A Consolação? Esta que vem à frente, compartilhada com aquilo que realmente fica neste trajeto à la paulista: a amizade.

Trilha: Avenida Paulista, em São Paulo

5 comentários:

Eduardo Sartorato disse...

Foram 4 dias inesquecíveis, né baiano?? Também passarei alguns dias escrevendo sobre o passeio de Sampa no meu blog. Passa lá depois!!

abraços!!

Did disse...

Ai Hebert... eu sei direitinho como é se sentir assim... parece que a gente é um bando de jeca, né? Tudo é tão grande, tão monstruosamente belo e assustador que a gente fica meio inebriado mesmo. Mas, ainda bem que vc tinha bons amigos por perto...
Bjao
Did

Anônimo disse...

êeeeeeeeehhhh! Hebertito agora tem blog! eu vou amar ler as coisas que vc escreve! Eu acho que no Rio o ritmo das pessoas é um pouco diferente. Elas vivem apressadas, mas não correndo como maratonistas numa prova. São Paulo é assim? Creeedo! Eu ia ser levada pela multidão toda vez que saísse de casa..rs. Beijinhos!

Anônimo disse...

Reginaldo,

O caminho só existe quando a gente caminha, não? Vou trilhandar bastante por aqui, acompanhando suas trilhas. Parabéns pelas viagens. Apimentadas e saborosas!

O layout também está lindo. Hehehehe. Beijos,
Luci

Anônimo disse...

Oi Baiano!! Achei lindo o seu blog, o layout, tudo!! Parabéns!! E como eterna "tia", nossa, tô tãããão orgulhosa dos seus textos!!! Bjao