terça-feira, julho 10, 2012

A força de Stieg Larsson

A relação entre filmes e livros transforma a comunicação de um mesmo produto midiático. Apesar da adaptação para os cinemas da trilogia Millenium ter sido lançada na Suécia, país do autor Stieg Larsson, somente me detive nesta poderosa obra com a versão norte-americana do diretor David Fincher,  que lançou no ano passado o primeiro filme baseado no primeiro livro da trilogia "Os Homens que não Amam as Mulheres". Ao ler também "A Menina que Brincava com o Fogo", fica claro que a força do roteiro e estabelecida com o enredo do livro de toda a complexidade repassada de maneira fácil e didática pelas diferentes histórias criadas por Larssom. E obviamente já está nos planos a leitura do terceiro livro da trilogia "A Rainha do Castelo de Ar".

Este é sem dúvida um thriller de investigação acima da média, mais pelo enredo e pela força dramática e psicológica da heróina Lisbeth Salander (vivenciado de maneira viceral nos cinemas por Rooney Mara, indicada ao oscar de melhor atriz pelo papel). Em meio a diálogos poderosos, uma narração detalhada e impactante das cenas, e principalmente pela diversidade de focos narrativos, Larssom nos traz em seus livros a história de Lisbeth Salander - à princípio pintada como uma perturbada com dons de investigação e alta memória fotográfica - que ajuda o jornalista Mikael Blomkvist - julgado culpado por denúncias equivocadas na revista Millenium - a descobrir as causas do sumiço de uma jovem, neta de um milionário banqueiro.

Este é só o início e para quem quiser saber o final surpreendente apenas se debruçando sobre o livro ou vendo o filme. Larsson trabalha com uma complexidade os personagens e ao beber na fonte da literatura "noir" com uma atualização moderna ao discutir temas intrínsecos à sociedade como violência, agressão contra mulheres e corrupção. Da sua formação jornalística, o autor insere com maestria temas relevantes e bastante atuais como crimes cibernéticos e a relação bastante lisonjeira entre a imprensa e fortes grupos econômicos, criando um plano de fundo complexo, mas bastante amarrado com os personagens.

Ou seja, se o filme é de tirar o fôlego, os livros são nitroglicerina pura, com bastante reviravoltas. Recomendo para quem quer uma literatura divertida e informativa, bem como reflexão acerca de temas relevantes dos dias de hoje. Ver o filme não invalida a experiência de ler os livros, uma experiência com certeza enriquecedora.

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